[PT] Inaugura-se hoje a exposição com as propostas para a praça de Tahrir no Cairo, Egipto na galeria Matadero em Madrid, Espanha ficando em exibição durante uma semana.
[EN] Tahrir square is a natural center in Cairo and Egypt and occupies a focal point in the capital. Standing by the river Nile this square functions as a meeting and reference point concentrating cultural, economic, political and social layers all in one place. It is one of the most iconic places in Cairo today, in many respects due to media attention but not just that, it is the quintessential place for manifesting popular opinion in Egypt, nowdays and throughout history.
This proposal values its context and builds on the formal interpretation of Tahrir square being the epicenter of a revolution that spreads out in waves of passion, love and freedom.
Egypt is famous worldwide by its pyramids. These represent amazing human accomplishments, ingenuity and creativity. They are also a symbol of power of few over the majority. The inversion of a pyramid originating a void in the ground presents itself like the perfect symbol: it still represents people’s best qualities while saying that the many overrule the few.
The shape created in the center echoes thought the surrounding space representing the waves created by the revolution and its repercussions.
Formal solutions
Tahrir square is nowadays essentially a roundabout being used most notably for protest marches, besides its obvious roundabout functions. This proposal potentiates the use of the square in a more traditional sense, being understood more like a plaza, serving as a backdrop to people’s meetings and interactions as well as leaving enough free space for function flexibility, it can be a simple meeting place, a spot for a seasonal market, house exhibitions and entertainment, etc.
There is also the intention of unifying the space surrounding Tahrir square to create the sense of a bigger more intricate space, this will be achieved by using formal elements, from the center pyramid, like pavement, vegetation and shapes and translating them into the surrounding space, resulting also in the conceptual epicenter’s expansion.
The shape created in the ground by the inverted pyramid naturally lends itself to the collection of rain which forms a water mirror at the center. The water gathered, in this way, can be used to fuel a cascade on one side of the pyramid, creating interest in the landscape as well as serving as an amenity element. The water also represents the adaptability of people and the origin of life, it symbolizes a new beginning for the Egyptian people. The pool may also be interpreted like an oasis where other people can drink the source of revolution.
The steps created are done in a way that allow for someone to sit but also give enough room to gather while standing. Between these bigger steps smaller ones occur to form a deconstructed staircase allowing easy access everywhere in the square. There is also vegetation protruding from the bottom of some steps and some other steps are converted to tree planters to enhance comfort but also to create more texture and visual interest. To sum up, the main focus of this project is to acknowledge Tahrir square as a center for human activity and translate the present feeling into a formal representation.
Depois de se estudar um pouco a história de Salvador é fácil de perceber que a cultura é uma característica muito rica e forte, especialmente no Bairro do Pelourinho por fazer parte do centro histórico e do núcleo primitivo da cidade. A recuperação dos espaços actualmente a concurso faz por isso todo o sentido como estratégia de revitalização urbana e como catalisador de interacções humanas em geral e actividades culturais em particular.
Salvador é uma cidade de alegria, música e ritmo, em muito devido ao facto de ter uma descendência africana muito forte resultado da sua história colonial. Este facto aliado ao carácter dos largos e o seu contexto urbano conduziu à utilização do conceito de música para formalizar a nossa proposta. O conceito de música é interpretado como ondas de som fluindo pelas ruas, entrando nos espaços e originando uma interacção entre eles.
Cartaz 1 -articulação dos vários espaços através da ideia de ondas de música
Cartaz 2 -articulação dos vários espaços - análise
Estas ondas materializam-se no pavimento de calçada portuguesa alternado entre blocos de varias cores e tamanhos (remetendo à herança cultural) num jogo que regula o espaço e sobre as quais surgem elementos circulares, como notas numa pauta. Que tomam a forma de mobiliário urbano e coberturas.
O pavimento foi seleccionado pela sua carga histórica, simbolizando a passagem do tempo, da época colonial até à actualidade – a calçada é então utilizada como um elemento do passado que foi adoptado, interpretado e renovado até apresentar um carácter particular nos dias de hoje.
cartaz 3 - Largo Quincas Berro D'Água - proposta
cartaz 4 - Largo Quincas Berro D'Água - visualizações
A criação de espaços interessantes e convidativos faz dos largos um chamariz cultural oferecendo condições para a ocorrência de actividades humanas e culturais entre as quais: exposições, concertos, convívio, comércio e festas bem como actividades culturalmente notáveis relacionadas com o carnaval e a capoeira.
As coberturas como já mencionado apresentam-se sobre a forma de toldos circulares compostos por uma estrutura metálica que forma uma pérgula que pode ser preenchida por vários materiais: lona, plástico, ou até vegetação. Mais transparentes ou opacas consoante a situação estas coberturas pretendem atingir um equilíbrio entre a protecção aos elementos e a visibilidade das fachadas envolventes. Pretende-se também implementar um sistema de captação da água pluvial nestes toldos para ser utilizada para limpeza e rega no largo em que se encontram. Considera-se também a possibilidade de incluir iluminação embutida na cobertura.
cartaz 5 - Largo Pedro Archanjo - proposta
cartaz 6 - Largo Pedro Archanjo - visualizações
As fachadas nos largos são icónicas além de serem um património histórico-cultural importante. Propõe-se por este motivo o restauro das mesmas para, em conjunto com a intervenção, dar uma nova vida aos largos.
A drenagem será conseguida essencialmente por modelar o piso de forma a criar ligeiros desníveis que, sendo percepcionados como planos, são suficientes para conduzir a água eficazmente para os locais de colecção de águas pluviais. No caso do largo de Teresa Baptista parte da água se infiltrará também no solo devido à permeabilidade do pavimento neste local.
Por outro lado pretende-se também minimizar a quantidade de água que atinge o solo sendo esta captada pelas pérgulas e armazenada para uso no largo, para limpeza e rega como já mencionado.
Entre outros um aspecto fundamental que
representa a cidade de Bunhol é a forma de como por um dia a cidade se tinge de
vermelho, enchendo de vida e alegría todas as suas ruas. Esta proposta imita
este fenómeno utilizando a cor como um catalisador para a activação do espaço
urbano e como ferramenta para a integração da comunidade no projeto.
Enquanto percorria os videos publicados pela ASLA no Vimeo deparei-me com o projeto de requalificação ribeirinha em San Diego, EUA -"First San Diego River Improvement Project"
Na explicação do projeto a seguinte frase chamou-me a atenção:
"Great examples of landscape design often go
unrecognized because the finished look is so natural it is unnoticed as
"man made" by the observer..."
Isto fez-me pensar o porquê de o trabalho do designer ser muitas vezes desvalorizado. O bom design, seja da paisagem seja aplicado a outro sujeito, é bom quando é invisível, ou seja funciona tão bem que é como se não pudesse ser de outra forma e é assumido como um dado adquirido. Por exemplo o clip ou a roda são obras de design genial a que pouco se dá atenção é como se fizessem parte da natureza. É uma espécie de ovo de Colombo, depois de descoberto é tão óbvio que nem parece que foi preciso esforço para ser decifrado.
Na paisagem também existe o mesmo fenómeno - quando o trabalho do arquiteto paisagista é bem feito pode parecer que nada foi feito, que sempre foi assim, ou que é trabalho da natureza! É caso para refletir :)
Deparei-me com a apresentação do Professor Kongjian Yu no congresso IFLA 2011, Zurich. Já conhecendo alguns projetos da Turenscape, fundada pelo professor Yu, nomeadamente o conhecido 'red ribbon' foi inspirador ouvir um Chinês a falar sobre projetar com uma filosofia sustentável.
Gostei especialmente da metáfora utilizada: pé grande - pé pequeno. Sendo o pé pequeno uma tradição chinesa em que as mulheres deformam o pé de forma a atingirem uma beleza artificial, o prof. Yu argumenta que também na paisagem se assiste a uma estética distorcida imposta pela sociedade e que o natural pode ser mais bonito que o artificialmente criado. Ou seja o pé grande que cresce naturalmente é mais bonito e mais saudável do que um pé artificialmente pequeno e distorcido - Uma paisagem com vegetação autóctone, que segue os ciclos naturais de cheia e enraizada na cultura local tem mais para oferecer que um rio encanado rodeado por flores exóticas: