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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

[Portefólio]_O Xardín das Ideas | Epigrafia | Menção Honrosa

publicado em: Paisea


O museu provincial de Lugo tanto pelo seu valor comunitário como pela sua carga histórica, de alguma forma, representa a passagem do tempo e a evolução histórica tanto com a sua arquitectura como com o seu conteúdo. Com esta proposta pretende-se herdar este carácter fazendo a evolução para o presente.

O Claustro objecto de intervenção, de planta quadripartida representa simbolicamente o jardim do éden cruzado pelos rios Tigre e Eufrates. Esta configuração é extremamente característica e contém um significado e simbologia muito ricos que se pretendem conservar e valorizar.

Procurando referências no contexto do museu o tema de epigrafia surgiu como um marco apropriado para implementar as ideias e estratégias pretendidas.

A transposição de elementos presentes no museu para o claustro dá lugar a uma interacção/ conexão entre o interior e o exterior.

A epigrafia romana presente no museu, de relevância histórica no contexto da Galiza e sobre tudo na cidade de Lugo, justifica a importância que se lhe atribui nesta intervenção.

A técnica de gravação permite criar formas e texturas muito interessantes acrescentando riqueza visual.
Pretende-se que este jardim seja interpretado de diferentes formas ao longo do tempo e do espaço. A utilização de textos e a sua orientação permite fazer um jogo com a interpretação plástica das letras e o seu significado.

Tendo em conta estes factores a proposta compõe-se pelo revestimento dos quatro canteiros existentes com vegetação de revestimento (sedum sp) criando uma base onde são “gravadas” palavras. As palavras foram extraídas das inscrições romanas existentes no museu, dimensionando-se de forma aleatória numa tentativa de criar texturas e ordenando-se de forma linear respeitando a linha da fachada. A leitura das letras maiores de cada um dos canteiros revela, além do mais, a mesma mensagem que as inscrições das pedras que foram recolhidas. Desta forma cria-se um novo valor no jardim, o mistério.

A intenção é motivar os visitantes do museu a percorrer o claustro procurando o ponto de vista mais cómodo para ler os textos gravados entre a plantação. As linhas onde se inserem as palavras orientam-se de forma diferente consoante o quadrante em que estão inseridas de forma a potenciar a circulação pelo claustro para se poderem ler os textos. Por outro lado, o claustro, visto ao nível do chão entende-se como um claustro clássico, onde as letras imprimem uma textura às plantações semelhante às de um canteiro tradicional em topiaria e quando sobe o ponto de vista do observador, os canteiros transformam-se num desenho moderno de letras e texturas. Neste sentido, a apreciação do espaço desde o próprio claustro é totalmente diferente da vista desde uma janela do primeiro piso.

A eleição do material vegetal tenta introduzir variações sazonais ao longo do ano. Desta forma o sedum sp adapta-se perfeitamente as condições de mínima manutenção, textura de superfície uniforme, além do mais de ir alternando a sua cor de verde no verão o vermelho intenso do inverno, propiciando um jardim que vai mudando ao longo da estação.

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